quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Os Canalhas Deste País....



O Senhor da foto, acho que Sr. Doutor, não sei até que ponto não terei que escrever Senhor Professor Doutor António Borges, director do departamento europeu do FMI, afirmou que Portugal não pode manter todos os privilégios e todas as ineficiências e esperar sair-se bem do combate à crise.

É um facto. Os trabalhadores deste país são uns sortudos. Têm previlégios sem fim. Têm os seus empregos garantidos para toda a vida. O acesso ao ensino e à saúde é universal e gratuito. Os salários estão garantidos no final de cada mês. Na mesa de cada português não falta a carne, o peixe e a fruta. Não há fome neste país. Não há despedimentos. Vivemos no país das maravilhas...

Não.Não estou a chamar de canalha ao senhor da foto. Nem ao senhor Alexandre Soares dos Santos, Presidente do Grupo Jerónimo Martins, ou Pingo Doce que, quando confrontado com a possibilidade de taxarem as fortunas deste país, afirmou que não era rico mas sim um trabalhador. Os canalhas deste país são os trabalhadores. Por causa dos seus previlégios. Eu sou um canalha porque já fui um trabalhador. O Senhor Alexandre Soares dos Santos também é um trabalhador. O Senhor da foto confesso que não sei se trabalha...

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Liberdade - Poema de Paul Éluard

Nos meus cadernos escolares
Na minha carteira e nas árvores
Na areia e na neve
Escrevo o teu nome

Em todas as páginas lodas
Em todas as páginas brancas
Pedra sangue papel ou cinza
Escrevo o teu nome

Nas imagens douradas
Nas armas dos guerreiros
Na coroa dos reis
Escrevo o teu nome

Na selva e no deserto
Nos ninhos nas giestas
No eco da minha infância
Escrevo o teu nome

Nas maravilhas nocturnas
No pão branco dos dias
Nas estações desposadas
Escrevo o teu nome

Em todos os meus trapos de azul
No charco sol bolorento
No lago de lua viva
Escrevo o teu nome

Nos campos no horizonte
Nas asas dos pássaros
E nomoinho das sombras
Escrevo o teu nome

Em cada bafo da aurora
No mar nos navios
Na montanha demente
Escrevo o teu nome

Nas formas cintilantes
Nos sinos das cores
Na verdade física
Escrevo o teu nome

Nos atalhos despertos
Nas estradas abertas
Nas praças quee xtravasam
Escrevo o teu nome


No candeeiro que se acende
No candeeiro que se apaga
Nas minhas casas reunidas
Escrevo o teu nome

No fruto cortado em dois
Do espelho e do meu quarto
No meu leito concha vazia
Escrevo o teu nome

No meu cão guloso e meigo
Nas suas orelhas erguidas
Na sua pata desajeitada
Escrevo o teu nome

No trampolim da minha porta
Nos objectos familiares
No jorro do fogo abençoado
Escrevo o teu nome

Em toda a cane concedida
Na fronte dos meus amigos
Em cada mão que se estende
Escrevo o teu nome

No vidro das surpresas
Nos lábios aplicados
Bem por cima do silêncio
Escrevo o teu nome

Nas ausências sem desejo
Na nua solidão
Nos degraus da morte
Escrevo o teu nome

Na saúde regressada
No risco deaparecido
Na esperança sem memória
Escrevo o teu nome

E pelo poder d’uma palavra
Recomeço a minha vida
Nasci para te conhecer
Para te nomear

Liberdade

terça-feira, 13 de setembro de 2011

As pessoas sensíveis - Sophia de Mello Breyner Andresen

As Pessoas Sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

“Ganharás o pão com o suor do teu rosto” Assim nos foi imposto
E não:
“Com o suor dos outros ganharás o pão”

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
Das grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e de proveito
Perdoais–lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Bailinho da Madeira...


O tão apregoado desvio colossal que tem levado a que os ministros do atual governo tenham um trabalho colossal, especialmente na nomeação de imensos boys e  no aumento dos impostos, não é mais do que o desvario das contas da Madeira a que se acrescenta o roubo monumental feito pelo gang do BPN. Todos eles elementos afetos ao atual governo. Pelo que é preciso descaramento, por parte de Pedro Passos Coelho, quando vem fazer ameaças veladas, em forma de intimidação, contra possíveis manifestações que sejam efetuadas pelos partidos de esquerda e sindicatos. Quer arranjar um pretexto para reprimir as manifestações de descontentamento que se avizinham; quer um pretexto para pôr termo à liberdade de manifestação do povo português para mais fácil implementar as medidas que prejudicam cada vez mais a classe média.

Enquanto o ministro das finanças, sempre que vem falar em público, anuncia novo aumento de impostos, tornando os pobres cada vez mais pobres e a classe média à beira da pobreza, Pedro Passos Coelho, fazendo lembrar alguém que governou recentemente, anuncia que 2012 será o inicio da recuperação económica. Como se o desemprego fosse baixar em 2012 ou 2013, como se os salários deixassem de ficar congelados perdendo os trabalhadores e pensionistas poder de compra devido à inflação, como se a recessão desaparecesse por artes mágicas. Sem dúvida que qualquer semelhança com Sócrates é mera coicidência...

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Precisamos de fortunas, não podemos agravar-lhes os impostos !!!

(Foto do Jornal de Negócios)

As palavras são do 1º ministro Pedro Passos Coelho. Elas dizem tudo...(ou eles comem tudo e não deixam nada...)