quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Eagles - Hotel Califórnia

Provavelmente uma das melhores músicas POP de sempre...

"Morre lentamente" - Poema de Pablo Neruda



"Morre lentamente quem não viaja, quem não lê,

quem não ouve música,

quem não encontra graça em si mesmo.



Morre lentamente quem destrói o seu amor-próprio,

quem não se deixa ajudar.



Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,

repetindo todos os dias os mesmos trajectos,

quem não muda de marca, não se arrisca a vestir uma nova cor

ou não conversa com quem não conhece.



Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru.



Morre lentamente quem evita uma paixão,

quem prefere o negro sobre o branco

e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções

justamente as que resgatam o brilho dos olhos,

sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.



Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz,

quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,

quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.



Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.



Morre lentamente quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,

não pergunta sobre um assunto que desconhece

ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves, recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar.

Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio de felicidade."



Pablo Neruda.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um tango com cheiro ao FMI...Queremos Paz!!! Gotan Project


QueremosPaz from Alejandro Rumolino on Vimeo.


Argentina, 19 de Dezembro de 2001. Uma grave crise social, económica e financeira, quando o FMI negou um novo financiamento. Apesar da Argentina ter cumprido à risca todas as directrizes do FMI...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

As eleições presidenciais...

Cavaco Silva, como se esperava, ganhou as eleições presidenciais. Não por mérito mas porque é "tradição" da nossa democracia o povo reeleger o que já é Presidente da República. Prova do desmérito de Cavaco Silva é o seu discurso de vitória. Um discurso que veio dar razão ao telegrama do embaixador americano em Lisboa, que o site wikileaks publicou, em que dizia que Cavaco era vingativo. Despropositadamente, num momento que devia ser de conciliação, atacou, sem excepção, todos os seus adversários. Que contraste com o discurso de derrota de Manuel Alegre. Que não só felicitou o candidato vitorioso como assumiu a responsabilidade pelo mau resultado obtido. São nestes momentos que se reconhece a nobreza da mesquinhez de carácter de um homem!!!
Afirmou Cavaco Silva no seu discurso que venceu a verdade sobre a calúnia. Que verdade? Que calúnia? Eu, e provavelmente milhares de outros portugueses, continuamos a desconhecer a verdade do caso das acções da SLN e, ultimamente, sobre a vivenda da Aldeia BPN, também conhecida como Aldeia da Coelha. Onde estão os esclarecimentos? É suficiente dizer que os portugueses ao votarem nele votaram na verdade? Não é virgem esse argumento...

No seu discurso Cavaco Silva falou em vitória expressiva. Em minha opinião nada teve de expressiva. Senão vejamos:

1 - Cavaco Silva foi o Presidente da República reeleito com o menor número de votos de sempre;
2 - A abstenção, o número de votos brancos e o número de votos nulos bateram todos os recordes;
3 - Cavaco Silva perdeu qualquer coisa como 550000 votos em relação às eleições de 2001!!!
4 - Apenas cerca de 25 por cento dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais votaram em Cavaco Silva!!!

Talvez pelo conhecimento dos números indicados é que Cavaco Silva fez um discurso tão encrespado. É que ele, Cavaco Silva, achava-se digno de uma vitória maior!!!

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vil baixeza...

Um candidato que chama aos seus adversários de medíocres;
Um candidato que chama aos seus adversários de loucos;
Um candidato que chama aos seus adversários de desonestos, radicais, extremistas e aventureiros;
Um candidato que se indigna perante uma pergunta legítima de quem quer ser esclarecido sobre o caso das acções da SLN comportando-se como virgem ofendida e nada esclarecendo;
Um candidato que tem sido extremamente favorecido nos órgãos de comunicação social e mesmo assim põe em causa o trabalho dos jornalistas duvidando que as imagens dos chamados "banhos de multidão" cheguem a casa dos telespectadores;
Um candidato que fala em "doença da vida política", como se ele não fosse um político profissional, como se não tivesse sido dois anos ministro das finanças, dez anos primeiro ministro e cinco anos Presidente da República;
Um candidato que durante cinco anos coabitou harmoniosamente com Sócrates e que só agora acordou para o que considera injustiças, nomeadamente os cortes salariais dos funcionários públicos, quando ainda há pouco tempo se vangloriava do seu empenho na aprovação do OE 2011;
Um candidato destes, com uma campanha destas, pode achar-se vítima de vil baixeza?
Afinal de quem parte a vil baixeza? De Cavaco com certeza...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Oswaldo Montenegro - Poema: Metade


Metade



Composição: Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho

Não me impeça de ver o que anseio



Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

Mas a outra metade é silêncio.



Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que tristeza

Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada

Mesmo que distante

Porque metade de mim é partida

Mas a outra metade é saudade.



Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos

Porque metade de mim é o que ouço

Mas a outra metade é o que calo.



Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz que eu mereço

Que essa tensão que me corrói por dentro

Seja um dia recompensada

Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.



Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.



Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância

Por que metade de mim é a lembrança do que fui

A outra metade eu não sei.



Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

Pra me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

Mas a outra metade é cansaço.



Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é platéia

E a outra metade é canção.



E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade também



quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Este blog apoia a campanha para as presidenciais com música e foclore...

A marca de campanha de Cavaco Silva:
Adoro a forma como Cavaco Silva, com toda a sua força e pujança, pula para cima do tejadilho do automóvel da sua campanha. É lindo de se ver!!!

Adoro como ele, categórico, diz não responder aos seus adversários por mais loucos que eles sejam!!!

Adoro como ele apelida os seus adversários de desonestos, radicais, extremistas e aventureiros!!!

Adoro o apoio que ele sempre deu a Dias Loureiro talvez o maior implicado no caso BPN mantendo-o como conselheiro do Estado até ao limite que lhe era possível. Os verdadeiros amigos reconhecem-se nas ocasiões mais difíceis e complicadas...

Adoro a forma como Cavaco Silva foge do dossiê da compra e venda das acções da SLN. Uma mais-valia tão significativa não está ao alcance do comum dos mortais. Só que ele, Cavaco Silva, não é comum. É único.

Adoro tanto Cavaco Silva que não vou votar nele. É demasiado perfeito para o país que temos. Faz-me lembrar alguém do passado...


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Poema...

Joelho

Ponho um beijo

demorado

no topo do teu joelho


Desço-te a perna

arrastando

a saliva pelo meio


Onde a língua

segue o trilho

até onde vai o beijo


Não há nada que disfarce

de ti aquilo que vejo


Em torno um mar

tão revolto

no cume o cimo do tempo


E os lençóis desalinhados

como se fosse

de vento


Volto então ao teu

joelho

entreabrindo-te as pernas


 Deixando a boca

faminta

seguir o desejo nelas.

Maria Teresa Horta

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

BPN - Branqueamento político.

1- Marcelo Rebelo de Sousa, na sua tribuna propagandística PSD/Cavaco, na TVI, afirmou que Cavaco Silva não obteve favorecimento político na compra/venda das acções da SLN. Concordo com ele. Não obteve favorecimento político mas, pior, obteve económico. Coincidentemente, ou talvez não, a filha de Cavaco comprou ao mesmo preço do pai e vendeu no mesmo dia. É obra tanta liquidez para acções que não estavam cotadas em bolsa!!!

2- Dias antes tinha sido Marques Mendes, na mesma tribuna, a dizer que afinal Cavaco Silva até tinha vendido mais barato que outros accionistas. E que apenas se limitou a fazer um negócio igual a de milhares de pessoas. Mas o que Marques Mendes não disse é que Cavaco comprou as acções em condições mais vantajosas e que não há assim tantos milhares de pessoas que invistam em acções não cotadas...

3- O semanário "SOL" titulava na 1ª página em letras garrafais:  "BPN: Cavaco afinal vendeu barato" Num texto da jornalista Felícia Cabrita esta queria a todo o custo convencer o leitor que Cavaco e a filha venderam as acções por 2,40 euros quando houve quem comprasse a 2,75 euros para concluir que Cavaco teve uma "perda" de 36682 euros e a filha Patricia uma "perda" de 52374 euros.
Feito o branqueamento, falando em perdas e não no fabuloso lucro que ambos obtiveram, é que escreve no fim do texto:
"Cavaco e a filha tinham comprado as acções em Abril de 2001, directamente a Oliveira Costa, pelo mesmo preço a que só este enquanto presidente da SLN podia adquirir: um euro." Significativo...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Poema da Buceta Cabeluda...de Bráulio Tavares, voz de Mila

A Origem do Mundo - Gustave Courbet 1866


Poema da Buceta Cabeluda


A buceta da minha amada
 
tem pêlos barrocos,

lúdicos, profanos.

É faminta

como o polígono-das-secas

e cheia de ritmos

como o recôncavo-baiano.



A buceta da minha amada

é cabeluda

como um tapete persa.

É um buraco-negro

bem no meio do púbis

do Universo.



A buceta da minha amada

é cabeluda,

misteriosa, sonâmbula.

É bela como uma letra grega:

é o alfa-e-ômega dos meus segredos,

é um delta ardente sob os meus dedos

e na minha língua

é lambda.



A buceta da minha amada

é um tesouro

é o Tosão de Ouro

é um tesão.

É cabeluda, e cabe, linda,

em minha mão.



A buceta da minha amada

me aperta dentro, de um tal jeito

que quase me morde;

e só não é mais cabeluda

do que as coisas que ela geme

quando a gente fode.



segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Um banquete chamado BPN.


Eu sei, todos sabemos, que o Sr. Presidente da República, Prof. Dr. Cavaco Silva é o português mais honesto deste país. A afirmação dele "têm que nascer duas vezes para serem mais honestos que eu" não deixa margem para dúvidas. Isto porque não acredito que português algum tivesse nascido duas vezes.

Porque o Sr. Presidente da República é muito honesto penso que tem o dever de explicar aos portugueses o negócio com as acções da Sociedade Lusa de Negócios (SLN) empresa, à data, proprietária do BPN, onde obteve um lucro de 140%!!!

Eu sei, todos sabemos, que nenhum português está impedido de comprar acções. Eu não duvido que o Sr. Presidente da República tivesse declarado ao Tribunal Constitucional o lucro obtido com a compra e venda dessas acções. O que não sei é como o Sr. Presidente da República comprou essas acções e a forma como as vendeu.

As acções da SLN não estavam cotadas na bolsa. A sua compra só era possível por "convite" ou por ajuste directo. A venda dessas acções mais complicada era pela não existência de mercado aberto. Logo era um risco enorme comprar acções da SLN pela falta de liquidez.

Atendendo às características e personalidade do Sr. Presidente da República e à sua sabedoria económica custa a crer que a compra das acções da SLN não tivesse como contrapartida a posterior  venda com um preço desde logo estabelecido. Foi uma transacção honesta? Esperemos explicações. Para as analisar e tirar as dúvidas!!!

Rosa de Hiroshima - Ney Mattogrosso

Rosa de Hiroshima


Ney Matogrosso

Composição: Vinícius de Moraes / Gerson Conrad


Pensem nas crianças

Mudas telepáticas

Pensem nas meninas

Cegas inexatas

Pensem nas mulheres

Rotas alteradas

Pensem nas feridas

Como rosas cálidas

Mas, oh, não se esqueçam

Da rosa da rosa

Da rosa de Hiroshima

A rosa hereditária

A rosa radioativa

Estúpida e inválida

A rosa com cirrose

A anti-rosa atômica

Sem cor sem perfume

Sem rosa sem nada