domingo, 23 de dezembro de 2012

BPN, ainda o escândalo, ainda a impunidade.

Quem leu o Expresso deste fim-de-semana e quem viu, ontem, a reportagem especial da SIC sobre o BPN não pode ter deixado de ficar, como eu fiquei, com uma espécie de nojo. Tudo aquilo é mau de mais para ser verdade. Nós todos, contribuintes, os pobres, os remediados, os ricos, estamos a pagar a irresponsabilidade de uns, muito poucos, cujos nomes se repetem à exaustão.
Esses nomes, com o de Oliveira Costa à cabeça, e os de Duarte Lima, Dias Loureiro e Arlindo Carvalho como os mais conhecidos, têm todos em comum o facto de terem trabalhado para (ou com) o atual Presidente da República. O mesmo acontece com Joaquim Coimbra, Fernando Fantasia, membros da Comissão de Honra de Cavaco e este último seu vizinho na praia, e com a filha de Oliveira Costa com casa de férias no mesmo local.
Há um padrão inelutável, que não significa obrigatoriamente um envolvimento menos legal de nenhum dos citados, mas lança uma sombra sobre o que se tem passado com o BPN. O buraco que em Novembro de 2008, quando foi nacionalizado, se estimava em 740 milhões, ia em março em mais de quatro vezes esse valor, ultrapassando os três mil milhões, e deverá atingir, com as imparidades e créditos incobráveis, os sete mil milhões.
Quase o custo do ministério da Saúde, durante um ano. Tudo isto em dívidas de não mais de 500 pessoas, boa parte das quais relacionadas politica e pessoalmente.
Quando, há quatro anos duvidei da nacionalização, quase todos (incluindo bons amigos e especialistas em Economia) me alertaram para o facto de haver um risco sistémico grande em deixar o BPN falir. Sempre contra-argumentei, que não se pode distribuir os danos de alguns por todos - o que se está agora a fazer.
Já nem digo que gostava de ver todas as responsabilidades apuradas. Dos nomes citados, de outros que por aí andam, daqueles que nacionalizaram o banco e dos que permitiram que ele fosse governado criminosamente.
Apenas apreciaria ver uma dessas pessoas pedir desculpa pelo que nós, contribuintes que nada tivemos a ver com aquilo estamos a pagar. Mas parece-me que é mais fácil acabar o mundo do que ver um pingo de vergonha na maioria daquelas caras.


Autor: Henrique Monteiro http://www.facebook.com/hmonteiro

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Passos Coelho deu uma "canelada" aos portugueses (provando que nem delegado de turma deveria ser!)

1. Passos Coelho é um case study de um Primeiro-Ministro tecnicamente incompetente, humanamente insensível e comunicacionalmente desastroso. Em termos de personalidade, Passos Coelho é um irmão gémeo de Miguel Relvas: estão bem um para o outro. O discurso de ontem de Passos Coelho, no encerramento do congresso da JSD, foi verdadeiramente aterrador. Se o nosso Coelho tivesse noção do ridículo e do prestígio e da honra que é servir a nossa grande Pátria chamada Portugal, só teria uma saída possível: pedir desculpa aos portugueses. Pela falta de respeito que tem por tantos portugueses. Pela sua insensibilidade social que nos choca. O que disse Passos? Creio que o meu caro leitor não ignorou e não deixou de ficar gélido, perplexo, quando Passos Coelho veio afirmar que "não tem de aguentar esse privilégio injustificado que é a reforma dos pensionistas que ao longo da sua carreira descontaram parte do seu salário na expectativa (mais do que) justificada de receber a compensação do Estado na altura devida". Ah, mas cumpre fazer uma precisão: Passos Coelho só critica as pensões mais elevadas...as pensões de verdadeiros ricos! Os ricos que ganham a partir de...cerca de 1500 euros! Ui, cambada de milionários preguiçosos!
2. De facto, Passos Coelho não deixa de ter razão: no país que ele está a construir, marcado pelo desemprego galopante e pela pobreza crescente, receber 1500 euros por mês é um luxo! Passos Coelho gosta é de ver os portugueses pobres, cada vez mais pobres - desde que Ângelo Correia, Miguel Relvas e outros dos seus compadres ganhem cada vez mais, para Passos Coelho tudo corre bem! É este o caminho que devemos seguir: pobres, sem reforma e sem direitos laborais! Também por aqui se percebe por que razão Passos Coelho gosta tanto de investimento chinês...
3. Dito isto, vamos à análise política do discurso em termos mais desenvolvidos. Marcelo Rebelo de Sousa interpretou as declarações desastrosas de Passos Coelho como sendo uma "canelada" a Cavaco Silva. Depois, Marcelo Rebelo de Sousa fez a desmontagem mais brilhante, impiedosa e fatal do discurso incompetente - na minha opinião, mentiroso - de Passos Coelho. Ontem, o Professor na TVI deixou Passos Coelho absolutamente "K.O": Passos Coelho dificilmente recuperará desta. No fundo, Marcelo Rebelo de Sousa explicou a Passos Coelho as razões pelas quais todo o seu discurso não passou de uma mentira pegada e de uma adulteração dos factos gravíssima. Como é que os portugueses poderão confiar em alguém que recorre à mentira grosseira para defender as suas políticas erradas e inconstitucionais? Como? Se Passos Coelho é capaz de mentir quanto a esta matéria, então é capaz de mentir sobre as todas as matérias. Depois do comentário de ontem de Marcelo Rebelo de Sousa, a seriedade e a credibilidade de Passos Coelho estão feridas de morte.
4. Quanto à crítica implícita a Cavaco Silva, falaremos amanhã. Hoje prefiro registar que, mais do que uma canelada a Cavaco, Passos optou por dar uma "canelada" violenta contra os portugueses. O que só desonra um Primeiro-Ministro. É que Passos Coelho tentou colocar um rótulo negativo aos pensionistas - pareceu quase o discurso dos que achavam que existiam "pesos mortos" na sociedade, discurso que julgávamos datado de outros tempos - como se eles se estivessem a aproveitar dos restantes portugueses. Passos Coelho tentou, num ato completamente falhado, colocar portugueses contra portugueses. Quando as regras do bom senso e da liderança forte impunham que o Primeiro-Ministro apelasse à unidade nos esforços e solidariedade nos sacrifícios. Passos Coelho provou, mais uma vez, que é um fanático - é um fdp: neste caso, não um fanático dos pópós, mas sim um fanático dos pensionistas! Ou contra os pensionistas! Eu nunca votei num fanático para ser líder: nem para delegado de turma!
5. Por último, avanço já que Passos Coelho quer sair deste episódio como a vítima - ao criar o antagonista entre os pensionistas, classe privilegiada, e os outros, Passos quer fazer uma distinção clara entre ele e o seu Governo, amigos da nova justiça social, e os outros (Presidente da República, PS,...) defensores dos privilégios injustificados. Desenvolveremos amanhã.
 
NOTA: Um texto de José Lemos Esteves no "Expresso on-line)
Email:politicoesfera@gmail

terça-feira, 27 de novembro de 2012

A Cobardia dos Nossos "Representantes"!!!

Já eram cobardes por lhes faltar coragem de votar contra o OE 2013 não estando de acordo com ele. O que se poderá chamar a eles depois que desistiram da declaração de voto que estava prevista? E pensar que se ofendem quando os chamam de GATUNOS!!! Aguardemos o próximo capítulo. Quando a outro cobarde também lhe faltar a coragem. Ao arrepio de que tem dito ao longo dos últimos meses...
 
18 deputados do PSD desistem de declaração de voto sobre matéria fiscal:
 
Esta decisão foi anunciada hoje aos jornalistas pelo deputado e vice-presidente da bancada social-democrata Miguel Frasquilho, que era o primeiro subscritor dessa declaração de voto e que hoje tinha anunciado essa iniciativa em plenário.

Segundo Miguel Frasquilho, os 18 deputados do PSD que tinham assinado essa declaração de voto decidiram não a entregar por se reverem numa outra declaração de voto que foi entretanto elaborada e que compromete todo o grupo parlamentar social-democrata.

Miguel Frasquilho fez estas declarações na Assembleia da República a seguir a ter estado reunido com o líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro.

Hoje, depois de anunciar em plenário que um grupo de 18 deputados do PSD iria apresentar uma declaração de voto sobre a matéria fiscal da proposta de Orçamento do Estado para 2013, Miguel Frasquilho não quis revelar o conteúdo desse documento à comunicação social.

O antigo secretário de Estado do Tesouro e Finanças remeteu a sua apresentação para hoje à tarde, depois de terminadas as votações na especialidade da parte fiscal da proposta de Orçamento do Estado para 2013.

No entanto, o Negócios divulgou uma versão dessa declaração de voto, na qual era manifestado um desacordo face à "pesada carga fiscal" do orçamento, que Miguel Frasquilho disse não corresponder à versão correta e final que seria apresentada.

A votação final global da proposta de Orçamento do Estado para 2013 está marcada para terça-feira.
 
Fonte: Jornal de Negócios.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Tenho Orgulho do meu País mas Vergonha de quem o Governa!

O menino que Gaspar não conhece. Um texto de Nicolau Santos no semanário "Expresso".

Supermercado do centro comercial das Amoreiras, fim da tarde de terça-feira. Uma jovem mãe, acompanhada do filho com seis anos, está a pagar algumas compras que fez: leite, manteiga, fiambre, detergentes e mais alguns produtos.
Quando chega ao fim, a empregada da caixa revela: são 84 euros. A mãe tem um sobressalto, olha para o dinheiro que traz na mão e diz: vou ter de deixar algumas coisas. Só tenho 70 euros.
Começa a pôr de lado vários produtos e vai perguntando à empregada da caixa se já chega. Não, ainda não. Ainda falta. Mais uma coisa. Outra. Ainda é preciso mais? É. Então este pacote de bolachas também fica.
Aí o menino agarra na manga do casaco da mãe e fala: Mamã, as bolachas não, as bolachas não. São as que eu levo para a escola. A mãe, meio envergonhada até porque a fila por trás dela começava a engrossar, responde: tem de ser, meu filho. E o menino de lágrima no canto do olho a insistir: mamã, as bolachas não. As bolachas não.
O momento embaraçoso é quebrado pela senhora atrás da jovem mãe. Quanto são as bolachas, pergunta à empregada da caixa. Ponha na minha conta. O menino sorriu. Mas foi um sorriso muito envergonhado. A mãe agradeceu ainda mais envergonhada. A pobreza de quem nunca pensou que um dia ia ser pobre enche de vergonha e pudor os que a sofrem.
Tenho a certeza que o ministro Vítor Gaspar não conhece este menino, o que seria obviamente muito improvável. Mas desconfio que o ministro Vítor Gaspar não conhece nenhuns meninos que estejam a passar pela mesma situação. Ou se conhece considera que esse é o preço a pagar pela famoso ajustamento. É isso que é muito preocupante.


terça-feira, 30 de outubro de 2012

Orçamento do Estado para 2013!!!

(Clique na imagem para ampliar)

Hoje tem início a discussão do orçamento de estado para 2013. Mais do que nunca vão nos fuder pelo que, a bem das gerações futuras, nada melhor que um bom conselho!!!

NOTA: A foto é de minha inteira responsabilidade. O texo abaixo é de Daniel Oliveira, publicado no semanário "Expresso" on-line.

Cada um dos deputados é responsável pelo que nos acontecer
Os deputados vão aprovar hoje a destruição do País. Com base em previsões macroeconómicas que são uma fraude descarada (apenas 1% de recessão para o ano e crescimento no segundo semestre), aprovarão o maior ataque fiscal de que há memória no nosso País. Não para garantir as funções sociais e de soberania do Estado (essas, diz-se, vão ser "refundadas"), mas para continuar a pagar, sem sequer tentar negociar, uma espiral de juros de uma dívida impagável.
Com este orçamento conseguirão destruir a classe média, acabar com o mercado interno, lançar centenas de Pequenas e Médias Empresas para a falência, agravar brutalmente o desemprego, asfixiar definitivamente a economia, garantir enormes perdas fiscais para o Estado (não há impostos sem economia) e adiar ainda mais um crescimento económico indispensável para o País pagar as suas dívidas e sustentar-se a si próprio. Este orçamento não é apenas socialmente criminoso. É irresponsável.
Os deputados representam os cidadãos, não representam partidos políticos ou governos. Cada um é deles é responsável pelo seu voto, que não é delegável em nenhum líder parlamentar. Nenhum deles se pode esconder atrás da disciplina partidária ou de declarações de voto inconsequentes. Cada um deles, nominalmente, será responsável por todas as consequências que este orçamento venha a ter para o País. Não vale a pena, daqui a um ou dois anos, criticarem as decisões que tomaram, como se elas lhes fossem estranhas. Este orçamento é dos deputados porque foi para isso mesmo que os elegemos a eles e não aos ministros. É o governo que lhes deve obediência, não o oposto.
Se aprovarem um orçamento em que, como já todos perceberam, não acreditam, os deputados que suportam a maioria terão de ser, cada um deles, responsabilizados por todas as consequências económicas, sociais e políticas que dele advenham. E se elas forem a que toda a gente com o mínimo de bom senso prevê, os portugueses não se devem esquecer dos seus nomes. Quem falha num momento destes não deve continuar na vida política. Nem como deputado, nem como ministro, nem como presidente de uma junta de freguesia. Em próximas eleições, a forma como cada um destes representantes dos cidadãos tiver votado deve ser exibida como o mais importante elemento do seu currículo político. Se soubessem que assim seria talvez pensassem duas vezes antes de votar.

domingo, 28 de outubro de 2012

Um ciclone de nome...Gaspar!!!

AVISO DE FURACÃO !!!
«PREVINAM-SE... Está a formar-se em Portugal Continental uma tempestade violentíssima, de grau 7 na escala de IRS, chama-se GASPAR e tem o epicentro localizado em S. Bento, Lisboa. Ameaça a partir de 3ª feira atingir todo o Continente e Ilhas. Desloca-se a baixa velocidade, mas com uma intensidade destruidora, prevendo-se que deixe muita gente desalojada e completamente arrasada no seu bem-estar.»
Eduardo Amarante
 
Fonte: Facebook (CÉPOVOA)

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Simplesmente...Sublime!!!

Pedro Marques, enfermeiro português de 22 anos, emigra quinta-feira de madrugada para o Reino Unido, mas antes despediu-se, por carta, do Presidente da República e pediu-lhe para não criar “um imposto” sobre as lágrimas e sobre a saudade.   
 
                        
“Quero despedir-me de si”, lê-se na missiva do enfermeiro portuense, enviada hoje a Cavaco Silva e que tem como título “Carta de despedida à Presidência da República”.

O enfermeiro Pedro Marques, que diz sentir-se “expulso” do seu próprio país, implora a Cavaco Silva para que não crie um “imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade” e apela ao Presidente da República para que permita poder regressar um dia a Portugal.

“Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia”, lê-se.

Em entrevista à Lusa, Pedro Marques conta que vai ser enfermeiro num hospital público de Northampton, a 100 quilómetros de Londres, que vai ganhar cerca de 2000 euros por mês com condições de progressão na carreira, mas diz também que parte triste por “abandonar Portugal” e a “família”.

Na mala, Pedro vai levar a bandeira de Portugal, ao pescoço leva um cachecol de Portugal e como companhia leva mais 24 amigos que emigram no mesmo dia

Mónica Ascensão, enfermeira de 21 anos, é uma das companheiras de Pedro na diáspora.

“Adoro o meu país, mas tenho de emigrar, porque não tenho outra hipótese, porque quero a minha independência, quero voar sozinha”, conta Mónica, emocionada, pedindo ao Presidente da República e aos governantes de Portugal para que “se preocupem um pouco mais com a geração que está agora a começar a trabalhar”.

“Adoraria retribuir ao meu país tudo aquilo que o país deu de bom”, diz, acrescentando que está “zangada” com os governantes, porque o “país não a quer mais”.

Pedro Marques não pretende que o Presidente da República lhe responda.

NOTA: Foto e notícia do jornal "O Público".

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Pistoleiro Borges de Clara Ferreira Alves - Expresso Revista 5OUT2012


 
«MEU CARO BORGES, o senhor é um pistoleiro ao serviço do dinheiro. E como tal, um de nós está a mais neste país, ou você ou nós, povo português. Sabe o que acontece aos pistoleiros fora da lei no final do filme e antes do tiroteio? Aparece- lhes pela frente um xerife bera. Há um filme interessante que desde já recomendo a Vexa. chamado "Gunfight at the O.K. Corral", que em português teve o horrível título de ...
"Duelo de Fogo" (porque os portugueses são todos uns ignorantes, como Vexa sabe). Diz o xerife Wyatt Earp para o cowboy fora da lei Billy Clanton antes de o matar:
"Pensas que és muito duro, não pensas, filho? Pois eu nunca conheci um pistoleiro tão duro que vivesse para celebrar o seu 35a aniversário. Aprendi uma regra sobre pistoleiros. Há sempre um homem que saca mais rápido do que tu, e quanto mais usares a arma mais depressa aparece esse homem".
O senhor acha-se muito esperto, inventor de ideias brilhantes como a TSU, congeminada por neurónios que estiveram ao serviço de entidades de mérito internacional dedicadas ao bem-estar de uns poucos em detrimento de todos.
Entidades como a Goldman Sachs, onde o senhor era um entre muitos diretores mas com a inegável vantagem de vir de um pequeno, pobre (e "ignorante") país onde os paisanos ficam impressionados com títulos como diretor da Goldman Sachs, ou vice-presidente do que quer que seja. Com o seu título de Finanças e os seus pergaminhos académicos, a sua Universidade de Stanford, o seu INSEAD, o seu Banco de Portugal, o seu Citibank, o seu BNP Paribas, a sua Petrogal, a sua Sonae, a sua Jerónimo Martins, a sua Cimpor e a sua Vista Alegre, as suas consultadorias americanas (que a sua biografia oficial não esclarece), o seu breve FMI (uns mesitos até ser corrido), a sua Universidade Nova, a sua Universidade Católica, o seu Instituto Europeu de Corporate Governance, a sua Comissão Política Nacional do PSD e a sua Assembleia Municipal de Alter do Chão (passa-me aí o alter do chão), mais a sua autoridade moral em matéria de hedge furtds, de que os portugueses sabem nada, o senhor é um homem requestado. Nunca produziu um livro que se visse, um pensamento, uma teoria geral.
O senhor é um alto empregado do sistema capitalista internacional e nunca teve de se esforçar muito para compreender o mundo das pessoas que não têm a sua fortuna. Na verdade, só quem não tem de trabalhar duro para viver pode, decentemente, operosamente, genialmente, desempenhar tantos cargos de topo em tantos lugares ao mesmo tempo. O senhor faz parte do reduzido grupo dos que não têm nada para aprender porque ensinam os outros. O senhor é um pedagogo, um homem para toda a obra desde que a obra consista em defender a regra da multiplicação do capital à custa do trabalho. É um ramo de atividade que remunera muito. E, conhecendo Portugal, depois de um título na carteira todos os títulos vêm parar às mãos. O nosso provincianismo convenceu-o de que o senhor era um construtor quando não passa de um destruidor. Como se dizia dantes, o senhor ganha bem e sai cedo. E, caramba, até da Fundação Champalimaud o senhor é administrador.
Na verdade, nunca ninguém lhe deve ter dito que o senhor não passa de um pistoleiro contratado. É que nenhum primeiro-ministro com o juízo todo num país em austeridade contrata pistoleiros para defenderem o interesse do Estado português face aos interesses privados.
Porque o senhor abomina o Estado português, todos os Estados, e, suspeito, despreza os portugueses que não são tão importantes como o senhor. Não se dá a chave da casa ao banco. O senhor é o do banco, será sempre o do banco. E deram-lhe a chave da nossa casa
A condescendência que usa quando fala da estupidez e ignorância dos outros, todos os outros, sentado ao lado de inteligências como o Relvas, homem de muito estudo e procura do conhecimento, leva-me a concluir que como todos os pistoleiros, o senhor nunca critica a mão que lhe dá de comer e que não tem escrúpulo académico. Percebo que se trata da nobre missão de vender o país.
Que é o que o senhor, com empenho, acolitado pelo Relvas, vem fazendo. Da água que bebemos à energia com que nos aquecemos, o senhor privatiza e depois põe o povo português a pagar as rendas, tarifas e taxas dos monopólios e negócios que o senhor assinou em nosso nome. É verdade, o senhor trabalha para nós e ninguém se lembrou de lhe explicar isso. É o nosso empregado. Saia enquanto pode.»
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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Comentário de Manuel Carvalho: Tenham Medo!!!



Tenham medo. Tenham muito medo. Olhando para o que andou a fazer o Governo depois do regresso de férias sobram razões para angústia e medo, muito medo, sobre o que alguns dos ministros podem estar a pensar fazer neste exacto momento.                           
Quem se lembra de anunciar a 7 de Setembro um aumento das contribuições sociais dos trabalhadores em 7% para menos de um mês depois avançar com o mais violento aumento de impostos desta geração, é capaz de tudo.

Num curto espaço de 26 dias, pessoas como Vítor Gaspar, Passos Coelho, Santos Pereira ou Carlos Moedas transfiguraram-se, desligaram-se do mundo e, do alto dos seus cargos, ou revelaram uma confrangedora inocência política, ou uma pérfida propensão para humilhar o país. Só total ausência de sensibilidade, a absoluta falta de lucidez política ou, pior ainda, a arrogância petulante de que basta ler uns certos livros para se ter razão pode justificar este mês de loucura.

Não nos iludamos com as palavras. As alternativas às mudanças na Taxa Social Única (TSU) prometidas por Passos Coelho na reunião do Conselho de Estado caíram no esquecimento. O reforço do saque fiscal ontem apresentado não tem nada a ver com o caso. Com a TSU, o Governo pretendia superar o veto do Tribunal Constitucional, tentando ao mesmo tempo beneficiar as empresas em nome da competitividade.

Com o aumento de impostos de ontem o que está em causa é apenas a necessidade de tapar um défice glutão que devora os rendimentos, o Estado e a economia. Quer isto dizer que, mesmo que a nova TSU fosse aprovada, o Governo teria de aumentar os impostos para satisfazer as metas do défice inscritas no programa do ajustamento. Por aquelas cabeças passou por isso a ideia de que seria possível retirar aos cidadãos 7% dos seus rendimentos para depois os sobrecarregar com mais IRS, mais IMI e por aí fora.

Foi preciso a maior manifestação desde 1975 em Portugal e uma rejeição generalizada do país para que a famigerada alteração à TSU fosse revogada. Passos diria depois no Parlamento que “o Governo não é cego, nem surdo, nem ficará mudo” e teve de recuar.

Agora, imagine-se que esta pequena réstia de bom-senso num mês inteiro de desvario não tinha existido. Suponha-se que a TSU tinha sido aprovada. Como reagiriam os cidadãos a mais esta carga de impostos? Esperaria por acaso Vítor Gaspar que as milhares de famílias que vivem no limiar da decência o aplaudissem em nome do ajustamento externo? Ou que as classes médias condenadas a empobrecer lhe louvassem o empenho na competitividade e no défice? Ficariam caladas?

O que todas estas perguntas deixam no ar é um problema de credibilidade. Estaremos nós a ser governados por pessoas que têm o sentido das proporções das políticas que aprovam, ou o Governo não passará de uma elite de lunáticos que vive noutro planeta?

A dúvida, terrível, só se dissipará quando alguém nos disser que não, que ninguém no Governo acreditava que este país é assim tão resignado e derrotado para não se insurgir contra as duas austeridades da TSU e a dos impostos. Ou quando ficarmos a saber que, afinal, a TSU não passou de uma manobra de diversão para abrir caminho a mais IRS.

Sem que as dúvidas se desfaçam, estaremos condenados a viver com a suspeita de que ou o irrealismo tomou conta do Governo, ou que o Governo toma os seus cidadãos por súbditos dispostos a acatar em silêncio as suas mais despóticas políticas. Num ou noutro caso, tenham medo. Tenham muito medo.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Puta que os Pariu a Todos!!!

(Clique na imagem para ampliar)

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... e, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos.»
José Saramago - Cadernos de Lanzarote - Diário III - pag. 148
 
Fonte: Facebook. CÉPOA.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Carta ao Senhor Presidente da República, o nosso Belo Adormecido.

 
Exmo. Senhor Presidente da República,

Lamento estar a acordá-lo por isto. É-me, de facto, penoso tirá-lo desse estado de dormência presidencial em que se encontra. Infelizmente, como pessoa que lhe paga o salário, sinto-me um pouco no direito de achar que o senhor me deve, a mim e aos outros pagadores do seu salário, uma atitude. Desculpe a maçada. À luz do que tenho visto, tomar uma atitude ou pronunciar-se sobre o que quer que seja é-lhe difícil. Apesar de tudo, suponho que ainda se lembre como se faz. É fácil. Eu, cidadã sem filiações políticas e sem qualquer tipo de 'agarramento ao poder' explico como se faz:
1 - Desperte para a vida. A faustosa vida que tem, a nós se deve. Eu sei que acha que vive mal. Que mal consegue pagar as contas. Ainda que seja por causa disso, por achar que está mal, acorde.
2 - Fale. Uma palavra atrás da outra, uma frase após a outra... O senhor já não está habituado, eu sei. O senhor nem sempre foi muito feliz nessa coisa do falar, eu também sei. Mas para ter um ser apático a viver em Belém, nós, o povo, podemos arranjar algo mais em conta.
3 - Tome uma atitude. Não custa nada. Assim como assim, o Senhor Presidente não é do agrado de toda a gente, por isso não esteja para aí a equilibrar pratinhos chineses. O senhor ou acha bem, ou acha mal. Ou não acha. E aí voltamos à história da apatia.
Em suma, é isto. E quando releio esta missiva acho que é tão simples fazer aquilo que é pago para fazer... Não se imiscua! Não diga ao povo que o papel do PR é o de garantir a estabilidade do país. Porque se for para dizer isto, mais vale que permaneça em silêncio. Nesse silêncio putrefacto em que se encontra. Porque se tem a ousadia de afirmar que é esse o seu papel, então, Senhor Presidente, o senhor é uma fraude. Porque não é em estabilidade que este povo vive. O povo, Senhor Presidente, vive assustado com a perspectiva de o Primeiro Ministro poder errar, mais uma vez. O povo, Senhor Presidente, tem medo do dia de amanhã. O dia de amanhã assusta-nos. Porque não sabemos o que mais será necessário fazer para continuarmos a pagar os sucessivos erros de um Governo que anui humildemente a tudo o que os credores impõem, deixando para trás um rasto de destruição. Ao Governo, agarrado a todo o seu orgulho de bom pagador, não importa o crescimento do país. Que se lixem as eleições. Sabe o que significa isso, Senhor Presidente? Significa que o PM se está nas tintas para o futuro. O dele e o nosso. E como posso eu confiar o meu futuro a quem nem sequer quer saber do seu próprio?
Eu sou uma pessoa educada. Só por isso ainda o respeito. Acorde, Senhor Presidente. Mereça o respeito que eu, neste momento, só lhe tenho por ser um idoso. Não faça a história rezar de si como o Presidente que se mostrou incapaz de parar a espiral de desgraça em que nos meteram. E sou uma pessoa pacífica. Não acredito em revoltas gregas. Acredito que as pessoas que nós elegemos em democracia e a quem pagamos o ordenado nos devem respeitar. Da mesma forma que espero que um simples agente policial me defenda, caso assista a um atentado à minha integridade, o mesmo espero de si, Senhor Presidente. Espero que assuma o seu papel. Que ponha mão nisto.
Como não me lembro de alguma vez o ter visto tão indignado e com um discurso tão inflamado como quando achou que o seu computador estava "sob escuta", não me resta alternativa a fazer-lhe uma exigência que tenho o direito de fazer, desta forma, por e-mail. Desejo eu, Senhor Presidente, que todos os portugueses façam a mesma coisa de forma similar: que lhe façam chegar a exigência de uma atitude, do fim da dormência. E que tanta gente o faça, que a sua caixa de e-mail fique viralmente entupida. Com e-mails educados, para que não tenha desculpas. De tal forma que ao Senhor Presidente não reste alternativa, se não pronunciar-se sobre um tema que tanto lhe inflama o ânimo: o seu computador. Talvez com isto consiga acordar para a vida. Para a nossa vida. Que está prestes a transformar-se num inferno. Sartre sabia, quando dizia que o inferno são o outros. Lamentavelmente, os outros são os que nos governam.
Este e-mail seguiu esta noite para o endereço oficial do Presidente da República, belem@presidencia.pt. A passividade, o coma social e político daquele que devia ser o garante da nossa paz indigna-me. Não sou de manifestações violentas. Ainda. Não sou de achar que as pedras atiradas valem mais do que as palavras escritas. Ainda. Apesar de tudo isto, tenho medo de, um dia, olhar para o espelho e não me reconhecer. De ser uma pessoa que acredita que só a violência pode ajudar. Ter o Presidente da República a "dormir" enquanto o país mirra um pouco todos os dias é como ter um pai que espanca um filho: é o contrário do espectável. O nosso garante de segurança não pode ser conivente, pelo silêncio, com quem nos faz mal. Sugiro uma manifestação pacífica e silenciosa, mas que entupa a caixa de e-mail da Presidência da República. Se não houver outro e-mail que não o meu, não faz mal. Eu hoje fiz o que tinha a fazer. Amanhã... amanhã talvez tenha de ir atirar pedras.

Transcrito do BLOG BAD GIRLS
link:
Carta ao Senhor Presidente da República, o nosso Belo Adormecido

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O Cano de uma Pistola pelo Cu...(O sistema de tão agrado de António Borges e dos nossos actuais governantes...)


Se percebemos bem - e não é fácil, porque somos um bocado tontos -, a economia financeira é a economia real do senhor feudal sobre o servo, do amo sobre o escravo, da metrópole sobre a colóni
a, do capitalista manchesteriano sobre o trabalhador explorado. A economia financeira é o inimigo da classe da economia real, com a qual brinca como um porco ocidental com corpo de criança num bordel asiático.
Esse porco filho da puta pode, por exemplo, fazer com que a tua produção de trigo se valorize ou desvalorize dois anos antes de sequer ser semeada. Na verdade, pode comprar-te, sem que tu saibas da operação, uma colheita inexistente e vendê-la a um terceiro, que a venderá a um quarto e este a um quinto, e pode conseguir, de acordo com os seus interesses, que durante esse processo delirante o preço desse trigo quimérico dispare ou se afunde sem que tu ganhes mais caso suba, apesar de te deixar na merda se descer.
Se o preço baixar demasiado, talvez não te compense semear, mas ficarás endividado sem ter o que comer ou beber para o resto da tua vida e podes até ser preso ou condenado à forca por isso, dependendo da região geográfica em que estejas - e não há nenhuma segura. É disso que trata a economia financeira.
Para exemplificar, estamos a falar da colheita de um indivíduo, mas o que o porco filho da puta compra geralmente é um país inteiro e ao preço da chuva, um país com todos os cidadãos dentro, digamos que com gente real que se levanta realmente às seis da manhã e se deita à meia-noite. Um país que, da perspetiva do terrorista financeiro, não é mais do que um jogo de tabuleiro no qual um conjunto de bonecos Playmobil andam de um lado para o outro como se movem os peões no Jogo da Glória.
A primeira operação do terrorista financeiro sobre a sua vítima é a do terrorista convencional: o tiro na nuca. Ou seja, retira-lhe todo o caráter de pessoa, coisifica-a. Uma vez convertida em coisa, pouco importa se tem filhos ou pais, se acordou com febre, se está a divorciar-se ou se não dormiu porque está a preparar-se para uma competição. Nada disso conta para a economia financeira ou para o terrorista económico que acaba de pôr o dedo sobre o mapa, sobre um país - este, por acaso -, e diz "compro" ou "vendo" com a impunidade com que se joga Monopólio e se compra ou vende propriedades imobiliárias a fingir.
Quando o terrorista financeiro compra ou vende, converte em irreal o trabalho genuíno dos milhares ou milhões de pessoas que antes de irem trabalhar deixaram na creche pública - onde estas ainda existem - os filhos, também eles produto de consumo desse exército de cabrões protegidos pelos governos de meio mundo mas sobreprotegidos, desde logo, por essa coisa a que chamamos Europa ou União Europeia ou, mais simplesmente, Alemanha, para cujos cofres estão a ser desviados neste preciso momento, enquanto lê estas linhas, milhares de milhões de euros que estavam nos nossos cofres.
E não são desviados num movimento racional, justo ou legítimo, são-no num movimento especulativo promovido por Merkel com a cumplicidade de todos os governos da chamada zona euro.
Tu e eu, com a nossa febre, os nossos filhos sem creche ou sem trabalho, o nosso pai doente e sem ajudas, com os nossos sofrimentos morais ou as nossas alegrias sentimentais, tu e eu já fomos coisificados por Draghi, por Lagarde, por Merkel, já não temos as qualidades humanas que nos tornam dignos da empatia dos nossos semelhantes. Somos simples mercadoria que pode ser expulsa do lar de idosos, do hospital, da escola pública, tornámo-nos algo desprezível, como esse pobre tipo a quem o terrorista, por antonomásia, está prestes a dar um tiro na nuca em nome de Deus ou da pátria.
A ti e a mim, estão a pôr nos carris do comboio uma bomba diária chamada prémio de risco, por exemplo, ou juros a sete anos, em nome da economia financeira. Avançamos com ruturas diárias, massacres diários, e há autores materiais desses atentados e responsáveis intelectuais dessas ações terroristas que passam impunes entre outras razões porque os terroristas vão a eleições e até ganham, e porque há atrás deles importantes grupos mediáticos que legitimam os movimentos especulativos de que somos vítimas.
A economia financeira, se começamos a perceber, significa que quem te comprou aquela colheita inexistente era um cabrão com os documentos certos. Terias tu liberdade para não vender? De forma alguma. Tê-la-ia comprado ao teu vizinho ou ao vizinho deste. A atividade principal da economia financeira consiste em alterar o preço das coisas, crime proibido quando acontece em pequena escala, mas encorajado pelas autoridades quando os valores são tamanhos que transbordam dos gráficos.
Aqui se modifica o preço das nossas vidas todos os dias sem que ninguém resolva o problema, ou mais, enviando as autoridades para cima de quem tenta fazê-lo. E, por Deus, as autoridades empenham-se a fundo para proteger esse filho da puta que te vendeu, recorrendo a um esquema legalmente permitido, um produto financeiro, ou seja, um objeto irreal no qual tu investiste, na melhor das hipóteses, toda a poupança real da tua vida. Vendeu fumaça, o grande porco, apoiado pelas leis do Estado que são as leis da economia financeira, já que estão ao seu serviço.
Na economia real, para que uma alface nasça, há que semeá-la e cuidar dela e dar-lhe o tempo necessário para se desenvolver. Depois, há que a colher, claro, e embalar e distribuir e faturar a 30, 60 ou 90 dias. Uma quantidade imensa de tempo e de energia para obter uns cêntimos que terás de dividir com o Estado, através dos impostos, para pagar os serviços comuns que agora nos são retirados porque a economia financeira tropeçou e há que tirá-la do buraco. A economia financeira não se contenta com a mais-valia do capitalismo clássico, precisa também do nosso sangue e está nele, por isso brinca com a nossa saúde pública e com a nossa educação e com a nossa justiça da mesma forma que um terrorista doentio, passo a redundância, brinca enfiando o cano da sua pistola no rabo do sequestrado.
Há já quatro anos que nos metem esse cano pelo rabo. E com a cumplicidade dos nossos.

(TEXTO DE: JUAN JOSÉ MILLÁS, PUBLICADO NA SECÇÃO DE CULTURA DO "EL PAÍS")

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Eu Amo o Brasil!!! Post Dedicado à minha Amiga Mónica de Minas Gerais.


Peço desculpa à Mónica pela longa ausência de comentários meus no seu blog e agradeço a gentileza de suas visitas assíduas ao Tia Anica de Loulé. O meu obrigado pela Amizade, seu amor por Portugal e suas palavras de esperança!!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

(Para ler e visualizar melhor por favor clique sobre a foto)

Origem: www.facebook.com/Paulo Rico. Designer)

domingo, 12 de agosto de 2012

Filme: Os Submarinos de Paulo Portas...




(Fotos surripiadas no Facebook a CÉPOA)


Submarinos: DCIAP confirma desaparecimento de dossiê

Departamento chefiado por Cândida Almeida mantém que faltam documentos no processo dos submarinos e vai pedi-los ao atual e ao antigo ministros da Defesa.

Notícia do Expresso on-line de 23-08-2012




terça-feira, 31 de julho de 2012

Há muita gente incomodada com a hipótese de me candidatar a Presidente da República.



Tem sido difícil engolir as figuras do sr. Silva, as quais pouco dignificam o cargo e o país. Daí a trocá-lo pelo Marinho, já seria castigo demasiado para um pais que vem assistindo a tanta desgraça política e económica. 

É nestas horas que intercedo sempre junto de Deus. É verdade que ele permitiu as pragas do Egipto e outras desgraças piores ainda. Mas, que diabo, com o passar dos anos terá certamente percebido que Portugal, sendo muito mais pequeno e insignificante que o Egipto, não merece tão grande praga e, muito menos duas seguidas.

(Comentário de uma leitora lido no semanário Expresso on-line sobre a hipotética candidatura de Marinho e Peres a Presidente da República.  Além da crítica directa ao actual Presidente da República e a Marinho Peres repare-se na forma subtil como critica...DEUS!!!)

Manifestação Contra o Encerramento das Urgências em Loulé.

(Clique na imagem para a ampliar)

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Marcelo Rebelo de Sousa...O Manipulador!!!

Marcelo tem dúvidas que Passos Coelho se recandidate nas próximas legislativas...



Marcelo Rebelo de Sousa, a propósito da declaração do primeiro-ministro sobre as eleições, diz que “não é líquido que Pedro Passos Coelho se recandidate nas próximas eleições legislativas”. 

“A minha ideia desde o início foi a de que ele não cede. É determinado, vai fazer tudo o que entende para salvar o País e depois que se lixem as eleições legislativas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa no seu habitual comentário na TVI

O comentador considera que a frase desta semana se tornou polémica pelas razões erradas. “Não percebi as críticas feitas a Passos coelho”, disse Marcelo, afirmando que “seria estranho se dissesse: o que eu quero é ganhar eleições, que se lixe o país”.

Marcelo ressalvou contudo que, para salvar o país, “convém que o Governo não saia de rastos” das eleições. Se fizer tudo para salvar o País, “depois [Passos Coelho] está à vontade para dizer chega”, acrescentou.

O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou perante os deputados sociais-democratas que nenhum deles foi eleito para ganhar as próximas eleições e que está disposto a sacrificar os resultados eleitorais pelo interesse nacional.

Alguém, com um mínimo de inteligência, acredita em Marcelo ou em Pedro Passos Coelho? Pura manipulação e colaboracionismo entre dois elementos do partido que nos desgoverna e está levando Portugal à ruína. Óbvio que Marcelo quer ser o próximo Presidente da República pelo que nada é inocente...

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Banco Comercial Português - Prejuízos Superiores a 500 milhões de euros!!! E a culpa é dos Funcionários Públicos?


O presidente do Banco Comercial Português criticou hoje a decisão do Tribunal Constitucional em impedir o corte dos subsídios de férias e Natal aos trabalhadores da função pública e pensionistas, classificando-a de “muitíssimo infeliz”. 


Nuno Amado, na conferência de apresentação de resultados do BCP, apelou mesmo a uma revisão da Constituição, na sequência da decisão dos juízos do Palácio de Ratton. 



''É premente alguma revisão da Constituição, para este e para outros temas, e para haver capacidade de crescimento, de criação e de defesa do emprego” defendeu Amado.



Acrescentou que a decisão do Tribunal Constitucional “vai implicar decisões complementares, que podem significar mais dificuldades para a economia de Portugal”, pois “a situação de partida dos diversos grupos socioeconómicos e de trabalhadores não era a mesma”.

Manifestação de Professores...


quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mais um banquete?


Os administradores da Caixa Geral de Depósitos António Nogueira Leite (actual presidente da Caixa BI) e Nuno Fernandes Thomaz manifestaram a sua discordância sobre os termos em que o banco foi envolvido pela tutela na contratação da Perella Weinberg para assessorar o Estado na venda da EDP e da REN. Um dossier que não "escapou" ao escrutínio do Ministério Público (MP).



A semana passada o DCIAP comunicou que estava a "investigar a intervenção e conduta de alguns dos assessores financeiros do Estado [Caixa BI e Perella] nos processos" de privatização da EDP (21,35%) e de REN (40%), que renderam ao Tesouro 3,3 mil milhões de euros. A iniciativa surgiu depois das buscas à Caixa BI, à Parpública (que representa o Estado nas privatizações) e ao BESI, que assessorou os compradores.

O PÚBLICO tentou, mas sem resultado, apurar junto de Maria João Ricou, do Cuatrecasas Gonçalves Pereira, que apoiou a Perella, se as diligências do MP se estenderam ao seu cliente, com sede nos EUA, e sem instalações próprias em Portugal. Paulo Cartucho Pereira, amigo de Vítor Gaspar, e sócio da Perella, deslocou-se a Portugal entre Setembro e Fevereiro, período em que decorreram as duas privatizações.

A contratação da firma norte-americana esteve desde o início envolta em polémica. Não só por se tratar de uma empresa, alegadamente, sem experiência em privatizações e sem historial de conhecimento da área da energia, mas também porque o seu nome foi posto em cima da mesa pelo ministro das Finanças. E já depois de ter sido elaborada uma lista restrita, com nomes de assessores financeiros, que não incluía a Perella. A exclusão dos candidatos portugueses, como o BESI (que seria contratado pelos grupos que venceram as duas privatizações), o BCP e estrangeiros, levou alguns deles a questionarem a opção governamental.

A 30 de Agosto de 2011, Gaspar anunciou a contratação da Perellla para assessorar o Estado. E justificou falta de tempo "para lançar um concurso de selecção dos bancos, tendo em conta a urgência" das privatizações. Mas a documentação prova que a Caixa BI só subcontratou a firma norte-americana em Setembro e depois de forte controvérsia interna, após já ter sido assumida por Gaspar. As Finanças deram indicação à CGD para subcontratar a Perella, para evitar que fosse a Parpública a fazê-lo (sem concurso).

Fontes ligadas ao processo revelaram ao PÚBLICO que Nogueira Leite e Fernandes Thomaz foram dois dos gestores do grupo público a contestar abertamente os meandros da intervenção ministerial na contratação, pela CGD, da Perella. Uma discordância expressa em mensagens escritas a altos responsáveis do processo e com conhecimento das Finanças. A Caixa BI, então liderada por Jorge Tomé, acabou por subcontratar a firma, após parecer positivo dos serviços jurídicos. O acordo fixou que a Caixa BI e a Perella repartiriam em igual percentagem as comissões cobradas ao Estado. O negócio rendeu 15 milhões de euros a dividir entre ambos.

Um responsável jurista disse ao PÚBLICO que, embora polémicos, os procedimentos adoptados neste dossier serão regulares, ainda que o comportamento e a conduta dos titulares da pasta das Finanças possa ser questionado eticamente.

Mas este dossier já tinha levado, em Setembro, Gaspar ao parlamento, onde rejeitou "qualquer comportamento anómalo", na escolha da firma norte-americana. Explicou então que a ideia partiu da Caixa BI, "uma entidade pré-qualificada" para subcontratar por "ajuste directo". O ministro elogiou o currículo da Perella, que esteve envolvida em reestruturações como a da Euronext e da BP e apoiou a OPA falhada da Sonae à PT.

Justificações não aceites pela oposição. A 13 de Setembro o socialista João Galamba solicitou "a identificação completa do acto administrativo que levou o Governo a contratar a Perella, bem como a respectiva certidão, incluindo a fundamentação". Foi nesse contexto que o MP admitiu avançar para investigações para apurar se os termos da contratação da Perella respeitaram os procedimentos correctos. O caso voltou à praça pública, quando se soube que, no quadro da operação Monte Branco, o MP fez buscas à Caixa BI, Parpública e BESI. Os mandados estavam sustentados na suspeita da prática de crimes de fraude fiscal qualificada, tráfico de influências, corrupção e abuso de informação privilegiada.

Jornal Publico

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Passos Coelho: "Que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal"


O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou hoje perante os deputados sociais-democratas que nenhum deles foi eleito para ganhar as próximas eleições e que está disposto a sacrificar os resultados eleitorais pelo interesse nacional.

Grande Promoção: Viva como um Lorde e o Estado dá-lhe 250 euros!


Em 2013 os portugueses vão poder deduzir, em sede de IRS, 5% do IVA pago em reparação e manutenção do automóvel, restauração, alojamento e cabeleireiro e similares. Podem, com isto, poupar 250 euros por ano, no máximo. Excelente notícia. Uma boa medida para compensar os portugueses pelas perdas com o aumento do IVA e, acima de tudo, lutar contra a fraude, levando as pessoas a pedir facturas.
As contas, para o português médio que queira ter uma devolução de IRS de 250 euros e, com eles, resolver grande parte dos seus problemas financeiros, são simples de fazer. Para chegar a este astronómico montante de benefício só tem de gastar 1.800 euros com o seu carrinho, a comer em restaurantes, em hotéis e a tratar do cabelo. Eu ajudo: gaste 200 euros, todos os meses, em pequenas reparações no seu veículo. Não há de ser difícil. Conheço alguns mecânicos excelentes para a função. Vá, todos os dias úteis, a um restaurante decente e pague pelo menos 30 euros. Somado, já vão 1.080 euros. Passe, pelo menos uma vez por mês, uma noite no Hotel Lapa Palace. E vão 1.445 euros. Por fim, esperemos que tenha cabeleira farta para ainda usar os 355 euros que lhe sobram a tratar do seu visual.
Vítor Gaspar pensa nos menos abonados e garantiu-lhes este bónus que os aliviará das suas provações. É verdade que os 1800 euros que têm de gastar por mês para receber os 250 no final do ano é, mais coisa menos coisa, o que o um casal médio português ganha mensalmente. Isso pode causar pequenos contratempos. A de não sobrar dinheiro para o resto, por exemplo. Ainda assim, ficam os parabéns pela medida. A pensar nos que mais sofrem com esta crise. Podem perder a casa, mas o Estado não se esquece deles quando procurarem um bom hotel.

Daniel Oliveira no semanário Expresso on-line

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Portugal: Um País Destruído!!!


Mário Soares teceu duras críticas ao Governo liderado por Pedro Passos Coelho, que apontou como "um grupo ultraliberal" que "não valoriza as pessoas, nem os princípios, nem os valores", e considerou que ao fim de um ano de mandato este se revelou "uma deceção".
"Ao cabo de um ano os resultados são desastroso e estão à vista de todos, a economia parou, a regra é a recessão sempre a aumentar, o flagelo do desemprego tem vindo a subir sempre, tudo aponta para que venha a aumentar mais ainda", criticou Soares, acrescentando que "o Estado não perdeu as suas gorduras" e, "pelo contrário, o objetivo parece ser tao só arrestar o Estado social e o mundo do trabalho e a classe média".
O fundador do PS acusou ainda o atual Governo de provocar a "emigração dos licenciados e dos mais dotados" e de destruir "todo o esforço feito na ciência e no desenvolvimento feito pelo anterior ministro Mariano Gago".
"Não é só no futebol que temos 'ronaldos', também nas artes, na ciência e na cultura, mas é isso que o atual Governo está a fazer ao dizer 'pffft' emigrem, então estas pessoas conseguem fazer coisas importantíssimas e agora vão para outro país? Isso é uma coisa de uma estupidez sem nome, se há gente a conservar em Portugal são os que tem condições para desenvolver o país", criticou.


O CASO RELVAS VISTO POR MÁRIO SOARES:

Em declarações aos jornalistas no final da palestra, Mário Soares afirmou que o caso da licenciatura do ministro Miguel Relvas "é impensável" e "inaceitável para qualquer pessoa de bem" e um motivo de "grande descontentamento" da população portuguesa.
"Há muita coisa, basta ver o que se está a passar a propósito do Relvas e do não Relvas para ver que o Governo não está bem a saber o que está a fazer e as pessoas têm esse sentimento", afirmou. 
Soares defendeu que o desgaste do executivo PSD/CDS-PP "é uma evidência" e apesar de não se pronunciar sobre se Miguel Relvas tem condições ou não para continuar no Governo, considerou "que é difícil".
"Eu não sei classificar [este caso] porque para mim é uma coisa impensável, tirar um curso sem lá ir e ainda por cima depois vangloriar-se não é possível, para mim não é possível", declarou.
Para Mário Soares, a licenciatura atribuída pela Universidade Lusófona a Relvas "é uma coisa que é inaceitável para qualquer pessoa de bem". 

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sai uma licenciatura com duas pedras de gelo...


Pois é, em Portugal estamos sempre a aprender. Ou melhor, todos menos o "Dr." Relvas. Limpou 32 disciplinas (de um total de 36) sem ter de se sentar numa sala de aulas. Apenas a "riquíssima" e "vasta" experiência profissional traduzida em equivalências a disciplinas do curso. Ora isto não é de quem tenha alguma coisa a aprender. Pelo contrário, o "Dr." Relvas só tem a ensinar. Ele sabe tanto.
Quatro exames, 1777 euros e um relatório depois e está feito. A partir de agora é doutor. Como se fosse vergonha não ter uma licenciatura. E que valor real tem esta licenciatura? Eu digo-vos, e peço desde já desculpa pela expressão que vou utilizar mas sou licenciado em calão e gíria popular (anos de atividade deram-me equivalência):não vale a ponta de um chavelho. É uma afronta. A quem estuda e a quem lecciona. Um atestado de estupidez generalizado a quem se esforça, dedica e preocupa.Curiosamente a cultura de exigência no ensino de Nuno Crato não parece aplicar-se ao colega de governo Miguel Relvas, optou por não comentar o caso. Entende-se. Só se aplica a quem efetivamente é aluno de alguma coisa.
Este processo de licenciar alguém até pode ser legal, apesar de escandaloso. A ERC pode até ter "ilibado" de forma trapalhona o ministro no processo em que esteve envolvido com o Jornal Público. Pode inclusivamente o senhor ministro ter faltado à verdade no parlamento e continuar agarrado ao cargo quando deveria ter saído pelo próprio pé ou empurrado. Mas de uma coisa este ministro não se livra: do que a maioria dos portugueses pensa dele. E isso vale muito mais do que um 'Dr.' no cartão de crédito. Na política a imagem, a palavra e a confiança são tudo e neste momento a credibilidade do Dr. Relvas não está posta em causa, pela razão simples de que para isso acontecer era preciso que ainda tivesse alguma.



Tiago Mesquita - 100 Reféns

terça-feira, 10 de julho de 2012

O Folclore de Miguel Relvas...

Qualquer semelhança entre esta notícia...
(Clicar na imagem para ver e ler melhor)

E esta...é pura coincidência!!!

Folclore valorizou currículo de Relvas

Ter sido presidente da assembleia geral de uma Associação de Folclore foi um dos aspetos valorizados na experiência profissional do ministro. Currículo valeu-lhe 160 dos 180 créditos necessários para concluir a licenciaturana na Lusófona.



Consequências do Governo Ultraliberal de Pedro Passos Coelho e Afins...


Conselho Europeu para os Direitos Humanos
"Grupos sociais mais vulneráveis têm sido os mais atingidos" pela austeridade em Portugal"

O Comissário do Conselho Europeu para os Direitos Humanos, Nils Mui Nieks, deu a conhecer o relatório sobre a visita a Portugal efectuada em Maio de 2012. Em causa estava perceber o impacto da crise financeira e das medidas de austeridade nos direitos humanos e, particularmente, nos direitos sociais e económicos. 


Conclui que “os grupos sociais mais vulneráveis têm sido os mais atingidos pelas medidas de austeridade implementadas em Portugal”, pelo que “o governo deve reforçar os esforços para mitigar o impacto negativo da crise financeira, em particular nas crianças, idosos e ciganos”. É nestes grupos que o relatório do comissário se foca.


A pobreza infantil está a crescer em Portugal, como resultado de um aumento do desemprego e dos impostos e dos cortes nos apoios sociais às crianças em 2010 e 2012 que tiveram um impacto significativo no rendimento dos agregados familiares. O despejo das famílias, por falta de pagamento das hipotecas, tem também posto em causa os direitos das crianças, segundo o relatório divulgado hoje. Ao nível da educação, a redução do número de bolsas no ensino superior originou desistências. 


Mui Nieks afirma ainda que “o sistema de educação português continua a confrontar-se com o desafio de uma elevada percentagem de alunos que abandonam a escola demasiado cedo”.


O relatório alerta que o risco de ressurgimento de trabalho infantil está a crescer, principalmente no sector económico informal e na agricultura. Por isso“ as autoridades devem estar particularmente vigilantes e assegurar que os programas que visam prevenir o trabalho infantil são continuados”, refere o comissário.


Em 2010 estimava-se que 23% das crianças em Portugal e 18% do total da população estavam em risco de pobreza, comprovando a vulnerabilidade deste grupo social. O relatório do comissário salienta que embora tenha havido um decréscimo no risco de pobreza durante a última década, este tem aumentado desde 2007. 


As queixas de violência doméstica contra crianças diminuíram entre 2011 e 2012.


Em Portugal, 18 % da população tem 65 ou mais anos, constituindo os idosos um dos grupos sociais mais vulneráveis. Viram os seus rendimentos afectados quer pelo congelamento das pensões, quer pelos cortes em benefícios sociais. O aumento dos preços dos cuidados de saúde, gás e electricidade e bens alimenares, repercute-se nas condições de vida dos idosos, com baixos rendimentos, principalmente nas daqueles que vivem em zonas rurais isoladas.


A violação dos direitos humanos deste grupo social está aumentar em Portugal. As queixas de violência doméstica e outras formas de violência contra os idosos estão a crescer rapidamente, lê-se no documento.


 Mui Nieks refere que “deveria ser feito mais para proteger os idosos e para lhes providenciar as oportunidades adequadas para levarem uma vida decente e desempenharem um papel activo na sociedade”