Mais uma "barracada" do governo. Foi assim que o bastonário da Ordem dos Oficiais de Contas definiu o atraso na publicação do diploma que define o pagamento dos duodécimos dos subsídios. Deste atraso resulta uma confusão total nas empresas, que estão impossibilitadas de fazer qualquer tipo de planeamento na gestão de tesouraria, o que pode implicar negociações com os bancos. Coisa que, a 10 de janeiro, já é virtualmente impossível. Resultado: o primeiro duodécimo dificilmente será pago este mês. Estamos a meio do mês e ainda ninguém sabe quanto vai pagar ou receber. O bastonário António Domingues Azevedo resume bem o estado do País: "estamos a ser governados por rapazes que não sabem o que estão a fazer".
O improviso, em que tudo é feito em cima do joelho e apresentado como se de medidas longamente refletidas se tratassem, é a imagem de marca deste governo. Não é difícil de perceber porque é que isto acontece. Com um ministro das Finanças sem qualquer conhecimento da realidade económica do País - como grande parte das medidas que impõe demonstram -, um ministro da Economia que nunca conheceu uma empresa e um primeiro-ministro que, sem qualquer experiência executiva, pequena que seja, nada sabe sobre o funcionamento do Estado, é natural que a nenhuma medida corresponda um planeamento que tenha em conta a exequibilidade de cumprir prazos.
Esta ignorância dos que ocupam os lugar-chave no governo não explica apenas a sua incompetência. Explica a insensibilidade social com que governam. Quem não sabe é como quem não vê, quem não vê é como quem não sente.
Perante esta colossal trapalhada, não ficariam a gerir empresa exigente nem mais um dia. Mas eles são os que acham que a má gestão está na natureza do Estado. E encarregam-se de confirmar as suas próprias convicções. O que me espanta é como podem, tendo em conta o seu miserável desempenho, pedir rigor e competência aos portugueses.
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