quarta-feira, 15 de junho de 2011

Poesia - Carl Sandburg


BANDEIRINHAS
Parei a olhar o mapa da guerra; tinham-no afixado
na frontaria dos escritórios do jornal.

Bandeirinhas - vermelhas e amarelas bandeirinhas,
azuis e pretas bandeirinhas - são deslocadas para trás
e para diante sobre o mapa.

Um rapaz sorridente, cheio de sardas,
sobe a escada, atira uma piada
a alguém que está entre a multidão,
depois espeta uma bandeirinha amarela
uma polegada para oeste
e atrás da amarela espeta uma preta, uma polegada para oeste.

(Dez mil rapazes contorcem-se num lago de sangue
à margem de um rio,
feridos, em convulsões, implorando água,
alguns já no estertor da morte).

Quem perguntará a si mesmo
quanto custou deslocar uma polegada
duas bandeirinhas aqui, no mapa da guerra,
na frontaria do jornal,
onde um jovem sardento nos sorri?

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