A maioria PSD e CDS-PP chumbou nesta quarta-feira os pedidos feitos pelo PS e pelo partido Os Verdes para ouvir o ministro Miguel Relvas e os restantes envolvidos no caso da alegada pressão sobre uma jornalista do PÚBLICO.
Bárbara Reis, diretora do jornal "Público", voltou hoje a dizer que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas pressionou o jornal de uma forma "inaceitável".
"Dada a gravidade do telefonema exigimos um pedido de desculpas e decidimos tomar uma posição formal", disse aos jornalistas depois de ser ouvida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
A jornalista voltou a reafirmar as posições do jornal de que "houve pressão e a pressão foi inaceitável", com Miguel Relvas a ameaçar com um blackout do Governo ao jornal e a divulgação na Internet de dados da vida privada da jornalista Maria José Oliveira.
Tudo isto é triste, tudo isto é fado - esta é a legenda que mais se adequa ao filme verídico e actual da nossa política. Tem como protagonistas Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho, para além das figuras secundárias dessa empresa a brincar chamada Ongoing. Atenção: para os mais zelosos do pudor e dos falsos moralismos que por aí cirandam, aviso que o título é inspirado no filme "Sacanas sem Lei" de Tarantino. Não significa, pois, que esteja nas presentes linhas a qualificar Miguel Relvas como um "sacana": este político do PSD até tem sensibilidade política, capacidade de trabalho e até criatividade para resolver problemas políticos complexos. Até poderia ser, em tese, um bom Ministro. Em tese: na prática, Relvas tem contra si a sua personalidade obsessiva, controladora e autoritária; o seu imoralismo (para ele, só contam os fins e nunca os meios - se for preciso inventar militantes numa secção, inventa-se; se for preciso ameaçar uma jornalista, ameaça-se) e a sua falta de carácter. Enfim, é uma pessoa que não merece - de forma alguma! - ser membro do governo de Portugal. Expresso
No habitual comentário dominical que faz na TVI, Marcelo elogiou a "serenidade" e o "sentido de Estado" com que Pedro Passos Coelho tratou, durante a semana, este dossier – um elogio que estendeu ao líder do maior partido da oposição, António José Seguro, do PS.
Temperou, porém, com uma crítica, dizendo que acha mal que Passos Coelho tenha praticamente dito, segundo Marcelo, que aconteça o que acontecer, Miguel Relvas continuará no Governo. "Como é que os portugueses podem acreditar num ministro que não se lembra que esteve sentado à mesa com uma pessoa importante, a discutir negócios", questionou Marcelo, aludindo ao facto de Miguel Relvas ter dito primeiro que só estivera com Silva Carvalho numa ocasião quando, depois, admitiu no Parlamento que tinha estado com o ex-espião numa reunião de negócios, antes de ser ministro, entre a Ongoing e a Finertec – empresa da qual era administrador.
"Como é que tem duas versões diferentes? Quantas mais versões haverá, em relação a isto e em relação ao resto?", prosseguiu. "Não é um problema de ilegalidade, é um problema de credibilidade, não é fácil acreditar quando há duas versões tão diferentes, num espaço de oito dias, sobre uma questão que era fácil de explicar no primeiro dia", sublinhou o antigo líder do PSD.
Por isso, Marcelo entende que Miguel Relvas deveria sair pelo seu pé do Governo. Lembrando palavras de comentários anteriores, em que considerou que Relvas estava num estado "semi-morto", Marcelo diz que agora o ministro-adjunto está mais que desgastado. Relvas "devia pensar se não está a criar um problema ao primeiro-ministro. Acham que as pessoas se esquecem, mas no fim isto tem um preço. Eu acho que ele devia sair pelo seu pé, o primeiro-ministro não o tira. Veremos as consequências".
O motivo do medo:
ResponderEliminarBárbara Reis, diretora do jornal "Público", voltou hoje a dizer que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares Miguel Relvas pressionou o jornal de uma forma "inaceitável".
"Dada a gravidade do telefonema exigimos um pedido de desculpas e decidimos tomar uma posição formal", disse aos jornalistas depois de ser ouvida pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
A jornalista voltou a reafirmar as posições do jornal de que "houve pressão e a pressão foi inaceitável", com Miguel Relvas a ameaçar com um blackout do Governo ao jornal e a divulgação na Internet de dados da vida privada da jornalista Maria José Oliveira.
Tudo isto é triste, tudo isto é fado - esta é a legenda que mais se adequa ao filme verídico e actual da nossa política. Tem como protagonistas Miguel Relvas e Jorge Silva Carvalho, para além das figuras secundárias dessa empresa a brincar chamada Ongoing. Atenção: para os mais zelosos do pudor e dos falsos moralismos que por aí cirandam, aviso que o título é inspirado no filme "Sacanas sem Lei" de Tarantino. Não significa, pois, que esteja nas presentes linhas a qualificar Miguel Relvas como um "sacana": este político do PSD até tem sensibilidade política, capacidade de trabalho e até criatividade para resolver problemas políticos complexos. Até poderia ser, em tese, um bom Ministro. Em tese: na prática, Relvas tem contra si a sua personalidade obsessiva, controladora e autoritária; o seu imoralismo (para ele, só contam os fins e nunca os meios - se for preciso inventar militantes numa secção, inventa-se; se for preciso ameaçar uma jornalista, ameaça-se) e a sua falta de carácter. Enfim, é uma pessoa que não merece - de forma alguma! - ser membro do governo de Portugal.
ResponderEliminarExpresso
No habitual comentário dominical que faz na TVI, Marcelo elogiou a "serenidade" e o "sentido de Estado" com que Pedro Passos Coelho tratou, durante a semana, este dossier – um elogio que estendeu ao líder do maior partido da oposição, António José Seguro, do PS.
ResponderEliminarTemperou, porém, com uma crítica, dizendo que acha mal que Passos Coelho tenha praticamente dito, segundo Marcelo, que aconteça o que acontecer, Miguel Relvas continuará no Governo. "Como é que os portugueses podem acreditar num ministro que não se lembra que esteve sentado à mesa com uma pessoa importante, a discutir negócios", questionou Marcelo, aludindo ao facto de Miguel Relvas ter dito primeiro que só estivera com Silva Carvalho numa ocasião quando, depois, admitiu no Parlamento que tinha estado com o ex-espião numa reunião de negócios, antes de ser ministro, entre a Ongoing e a Finertec – empresa da qual era administrador.
"Como é que tem duas versões diferentes? Quantas mais versões haverá, em relação a isto e em relação ao resto?", prosseguiu. "Não é um problema de ilegalidade, é um problema de credibilidade, não é fácil acreditar quando há duas versões tão diferentes, num espaço de oito dias, sobre uma questão que era fácil de explicar no primeiro dia", sublinhou o antigo líder do PSD.
Por isso, Marcelo entende que Miguel Relvas deveria sair pelo seu pé do Governo. Lembrando palavras de comentários anteriores, em que considerou que Relvas estava num estado "semi-morto", Marcelo diz que agora o ministro-adjunto está mais que desgastado. Relvas "devia pensar se não está a criar um problema ao primeiro-ministro. Acham que as pessoas se esquecem, mas no fim isto tem um preço. Eu acho que ele devia sair pelo seu pé, o primeiro-ministro não o tira. Veremos as consequências".