Duas notícias numa página do "Público": António Mota e Filipe Soares Franco são arguidos no processo "Operação Furacão"; António Horta Osório sai do Santander para assumir presidência do Lloys, o maior banco britânico." Duas notícias de dois países que há em Portugal. Um que nos orgulha, outro que nos envergonha.
Uma semana depois de António Borges ter sido nomeado diretor europeu do FMI, outro português, António Horta Osório, chega ao topo de um dos bancos mais prestigiados do mundo. Um e outro têm sido pouco considerados no seu país, mas prosseguem carreiras brilhantes no exterior em áreas que são das mais exigentes e competitivas. Pertencem ambos, como muitos outros por esse mundo, ao Portugal que nos orgulha.
A "Operação Furacão" - tal como a "Face Oculta" a do BPN e outras - revela, pelo seu lado, uma parte do Portugal que nos envergonha. Numerosas "empresas de sucesso", incluindo bancos, que engordaram à conta do Estado e em promíscuo conluio com sucessivos governos, cometeram crimes de fuga e fraude fiscal de uma forma sistemática e organizada. Ninguém vai preso. Cada um paga a sua liberdade com os milhões devidos ao Estado, espera-se que com juros e multas a condizer.
Mais chocante ainda é a naturalidade com que encaram a situação. Uma fonte da Mota Engil diz ao "Público": "O grupo pagará o que houver a pagar. Há uma discussão técnica, chega-se a um entendimento e paga-se." O crime e a fraude fiscal são uma questão técnica a negociar com a Justiça. Tudo se paga. Tudo se compra. Nem sinais de incómodo, nem vestígios de constragimento. O despudor total.
Uma vergonha o que se passa neste país e quem se lixa são sempre os mais desfavorecidos. Há um programa na sic que é condenados. Pelo que se vê é quase certo que são pessoas inocentes. Faltou-lhes o dinheiro para pagar a um bom advogado.
ResponderEliminarBoa noite,
ResponderEliminarFoi anunciado um blogue novo da Tia Anica pelo blogue Sebastião e queria perguntar se este e esse são a mesma coisa?
Obrigado pelo esclarecimento
Abraço
João Martins