segunda-feira, 11 de julho de 2011

Cavaco Silva - O Presidente de todos os Portugueses...

Há um ano atrás, no consulado de Sócrates, afirmou o Sr. Presidente da Republica, referindo-se ao facto das Agências de notação financeira terem baixado o rating de Portugal: "Não vale a pena recriminar as Agências de Rating" e "ninguém conte comigo para prejudicar o país numa retórica desnecessária que é absolutamente negativa para o emprego no nosso país"

Um ano depois, agora com Pedro Passos Coelho, do seu partido, como 1º ministro, afirmou: As Agências de  rating norte-americanas são uma ameaça à estabilidade europeia. Descida de rating português é escandaloso.  Chegando inclusivamente a comparar as Agências a aves de rapina.

O que leva agora o Sr. Presidente da República a querer "prejudicar" o emprego no nosso país já que entrou na retórica tão prejudicial a Portugal?

O Sr. Presidente da República não estava sozinho no desejo, como se viu pelo resultado das eleições, de "correr" com Sócrates. Mas, como Presidente da República, se achava que Sócrates estava a levar o país para uma situação explosiva bem podia ter tomado uma decisão semelhante à que Jorge Sampaio tomou em relação a Santana Lopes em lugar de fazer afirmações prejudiciais a Portugal e contribuir para a queda no abismo deste país devido à sua falta de iniciativa.

Mas esta repentina indignação agora é unânime. Talvez porque esta gente que para aí opina nos diversos canais de comunicação social pensasse que, pelo simples facto do novo governo ser rotulado (e é) de ultraliberal, era suficiente para acalmar os mercados. O resultado está à vista: Dívida Pública classificada como lixo e as respectivas taxas de juros a baterem recordes diariamente. Os Duques, Cantigas e afins deste país deviam de ter vergonha e nunca mais se atreverem a fazer comentários. Deixem-nos para pessoas competentes e isentas... 

"Estamos a viver um momento histórico: os neoliberais portugueses de todos os matizes descobriram agora que as agências de rating são o que são e não são aquilo que eles diziam que eram. Nós bem dizíamos..."



(António Filipe - Deputado do PCP)



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