quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Poema da Buceta Cabeluda...de Bráulio Tavares, voz de Mila

A Origem do Mundo - Gustave Courbet 1866


Poema da Buceta Cabeluda


A buceta da minha amada
 
tem pêlos barrocos,

lúdicos, profanos.

É faminta

como o polígono-das-secas

e cheia de ritmos

como o recôncavo-baiano.



A buceta da minha amada

é cabeluda

como um tapete persa.

É um buraco-negro

bem no meio do púbis

do Universo.



A buceta da minha amada

é cabeluda,

misteriosa, sonâmbula.

É bela como uma letra grega:

é o alfa-e-ômega dos meus segredos,

é um delta ardente sob os meus dedos

e na minha língua

é lambda.



A buceta da minha amada

é um tesouro

é o Tosão de Ouro

é um tesão.

É cabeluda, e cabe, linda,

em minha mão.



A buceta da minha amada

me aperta dentro, de um tal jeito

que quase me morde;

e só não é mais cabeluda

do que as coisas que ela geme

quando a gente fode.



6 comentários:

  1. Um poema bonito e bem construído e uma achega contra a hipocrisia e contra os tabus existentes na sociedade. Espero que não surja nenhuma voz puritana porque a esses só resta lhes apontar os palavrões que se ouve da malta nova por esses espaços públicos. E é um poema que não ofende nenhuma mulher. Acho até que antes pelo contrário.

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  2. Os brasileiros nesse aspecto são mais abertos e menos falsos puritanos. António

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  3. O puritano e falso moralista Snr. Silva é que jamais gostaria que lhe lessem um poema destes. Ele gosta mais dos dos seus amigos banqueiros.
    Se gosta ! L. Cass

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