(População de Ninda - Leste de Angola - reunida com o chefe de posto e governador)
(Jantarada em Ninda...)
(Momento de descontração - Ninda - Leste de Angola)
(Jogando às cartas "King" - Santa Cruz - Norte de Angola)
(Santa Cruz - Norte de Angola)
(Santa Cruz - Norte de Angola - Suite de Luxo - ...)
(Mulher indígena - Ninda - Leste de Angola)
(homem indígena remendado rede de pesca (?) que não servia para nada...Ninda)
Faz hoje 50 anos que a União das Populações de Angola (UPA) se rebeliou contra os colonos portugueses no Norte de Angola causando centenas de vítimas e provocando o pânico entre a população branca.
Os comentários do post anteriormente publicado sobre a guerra colonial:
Para ler o post anterior clique aqui: http://tiaanicadeloule.blogspot.com/2011/02/guerra-colonial-faz-hoje-50-anos-que.html
- Magnífico testemunho Jorge. Essa é uma história que está ainda por fazer. Um grande abraço João Martins
- Como diz o João Martins esta história levará muitos anos a ser contada. É lenta, a descrição por parte de muitos que participaram nela. Mas de vez enquando lá vem mais um documentário, filme ou peça de teatro. As escolas deveriam tratar este tema como muitos outros, para que novas gerações possam avaliar o sofrimento porque passaram os seus pais, avôs, tios, amigos....... Palma
- É um facto que há um sentimento digamos de "vergonha" em se falar na Guerra Colonial. Não encontro motivos para isso porque é do conhecimento geral que a grande maioria dos jovens que para lá foram lutar não tinham alternativa. Só uma casta previligiada da nossa sociedade podia "fugir" da guerra... Hoje vão como voluntários para o Iraque e Afeganistão. E são heróis!!! Com salários milionários e condições que de maneira nenhuma existiam no tempo da guerra colonial. Enfim...
- Estava em Gago Coutinho nessa altura no PAD 2096. Era o F.Mil. Martinho e infelizmente houve outros casos como esse. Só lamento não darem o valor devido a quem sofreu, no auge da nossa juventude.
- Também conheço esse lado mau de Angola apenas porque havia guerra, cheguei ao sector de Gago Coutinho em 72 e sai de lá em 74, ainda existem muitos sentimentos negativos pelo nosso passado de arma a tiracole, mas nós não devemos nem tememos, apesar de ter sido obrigado, sinto orgulho em ter pertencido a uma geração que fez parte da história recente e que não nos deve envergonhar. A que companhia pertencias? também temos um blog onde divulgamos o nosso passado no leste de Angola www.cart3514.blogspot.com . um abraço carvalho
- Em 1970 estava em Gago Coutinho o Bcaç.2886 "os leões do leste" faziam parte as Ccaç.2596/97/98, também andei por essas bandas, e há dias descobri na net, um rapazola que fez a travessia de àfrica em cima duma bicicleta, saiu de Luanda até Gago Coutinho e depois apanhou o barco a caminho do mussuma e da fronteira, atravessou a zambia o malawi e moçambique vale apena ver o site http://luandamaputobybicycle.blogspot.com/2010/04/angola-ultimos-dias-iii-luvei-lumbala.html João Ferreira
- João Ferreira: o teu nome não me é estranho... O meu Batalhão era precisamente o 2886. Ccaç. 2597. Inicialmente estive no Luvuei (3 meses), depois Gago Coutinho (3 m.) e Ninda (12 m - o pior de todos os lugares...). Martinho: lembro-me da existência de um pelotão independente em Gago Coutinho. E de um episódio que aconteceu com um soldado desse pelotão. Num dia em que eu estava de serviço fui fazer a ronda nocturna pela povoação de Gago Coutinho passando pelos vários postos de vigilância. Quando cheguei ao posto da pista de aterragem não encontrei o sentinela! Os outros colegas dele estavam dormindo. Não era o turno de nenhum deles. Acordei-os e fui informado que quem devia de estar de sentinela se ausentou para a sanzala para, como não podia deixar de ser, ir dormir com a sua negra. Felizmente, um deles, conhecia a localização da cubata. Deslocámo-nos até lá e foi complicado. O tipo não queria sair de lá chegando a ameaçar-nos. Arrombamos a porta e trouxe-mo-lo de regresso ao posto de vigilância. Pela manhã bem cedo tinhamos que apresentar, pessoalmente, ao comandante do batalhão, um relatório escrito e oral sobre qualquer anomalia ou incidente. Um pouco antes, o meu camarada furriel miliciano desse pelotão independente, dirigiu-se a mim e me informou que tinha tomado conhecimento desse incidente. Disse-me que esse soldado até merecia que eu apresentasse queixa mas deixava a decisão para mim. Mas, subtilmente, acrescentou que apenas faltavam 2 meses para terminar a comissão do soldado. Já tinha decidido que não faria qualquer referência ao que se passou. Mas essas palavras vieram me ajudar. Afinal a solidariedade entre nós era uma evidência! Sendo Furriel Miliciano como podia "lixar" alguém? Ainda por cima prestes a terminar a comissão... Por acaso eras tu esse furriel miliciano que veio falar comigo? António Carvalho: já visitei o teu blog. E estive recordando as fotos do Leste. E deixei por lá um comentário. Um abraço a todos!!!
"Os Cus de Judas" de António Lobo Antunes. excertos:
ResponderEliminarGago Coutinho ficava a 300 quilômetros ao sul de Luso e junto à fronteira com a Zâmbia. O narrador afirma que o local era “terra vermelha poeirenta entre duas chanas (planícies savânicas das regiões orientais e centrais de Angola) podres, um quartel, quimbos (pequenas povoações rurais) chefiados por sobas (chefes de tribos africanas), o posto da PIDE, a administração, o café do Mete Lenha e a aldeia dos leprosos...”
Em Ninda, os alojamentos eram precários; havia falta de alimentos; a água estava contaminada; doentes arrastavam e a atmosfera lembrava a um hospital psiquiátrico de Lisboa.
O narrador relata que em pleno combate, protegeu-se num buraco, viu a morte chegar e pensou em sua esposa. Ela, que ele amara em Tomar e que hoje envelhecida, continuava ter a mesma beleza que quando a conhecera; sofreu pelo filho que estava por nascer e nos romances que tinha para escrever.
Era abril de 1971, em Ninda. Os feridos gemiam e eram acompanhados pelos dizeres do enfermeiro: caralho, a única palavra que vinha à sua boca diante do ódio e do desespero em relação à guerra.
22 de junho de 1971, no Chiúme, o último dos cus de Judas do Leste, foi encaminhado a uma sala cheia de fotos de mulheres nuas que servia para a masturbação da sesta, e lá, recebeu a notícia do nascimento de sua filha.
Ele havia casado quatro meses antes de embarcar e essa filha era a esperança da redimissão dos seus erros.
No entanto, encontrava-se no Chiúme; enquanto que as senhoras do Movimento Feminino pensavam nos soldados, embaixo dos secadores de cabelo; os patriotas da União Nacional compravam roupas íntimas para as secretárias; a Mocidade Portuguesa preparava heróis que os substituam; os homens de negócios fabricavam material de guerra a preço módico, o Governo, pagava pensões miseráveis às mulheres dos soldados e eles, mal-agradecidos morrendo!
Provavelmente a Companhia de Lobo Antunes foi render a minha!!! Mas não tenho a mínima ideia. Se foi a recepção foi bem calorosa: fomos atacados com morteiros e canhão sem recuo no dia em que chegaram para nos renderem!!!
ResponderEliminarCamaradas
ResponderEliminarTambem eu estive no Nind Estava em 1970/1971 tendo saido do Ninda em Janeiro de 71.
Estava lá quando fomos atacados a morteiro e estava no Ninda quando esse destacamento foi atacado a morteiro e canhão sem recuo.
Saimos de lá em Janeiro e a minha companhia foi para Quibala
Sou o Alferes Machado e foi para esse batalhão em rendição individual.
O meu email
ResponderEliminaralbertomachado.senior@gmail.com
Gostava de receber noticias da rapaziada, Só estive na2597 7 meses pois fui render outro alferes.Quando cheguei tinham saido do Ninda os paras...
Penso que o Ninda devia chamar-se Nada, pois ali nem Judas passou. Foi numa coluna de lá para G.Coutinho que fui ao ar com uma mina. Um abraço para todos os que por lá passaram
Fiz Parte Do Batalhao 2886 Companhia 2597 Recordo-me de todos os companheiros que estao nas fotos Desejo para todos da Companhia 2597 Um Bom e Feliz Natal
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