quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sai uma licenciatura com duas pedras de gelo...


Pois é, em Portugal estamos sempre a aprender. Ou melhor, todos menos o "Dr." Relvas. Limpou 32 disciplinas (de um total de 36) sem ter de se sentar numa sala de aulas. Apenas a "riquíssima" e "vasta" experiência profissional traduzida em equivalências a disciplinas do curso. Ora isto não é de quem tenha alguma coisa a aprender. Pelo contrário, o "Dr." Relvas só tem a ensinar. Ele sabe tanto.
Quatro exames, 1777 euros e um relatório depois e está feito. A partir de agora é doutor. Como se fosse vergonha não ter uma licenciatura. E que valor real tem esta licenciatura? Eu digo-vos, e peço desde já desculpa pela expressão que vou utilizar mas sou licenciado em calão e gíria popular (anos de atividade deram-me equivalência):não vale a ponta de um chavelho. É uma afronta. A quem estuda e a quem lecciona. Um atestado de estupidez generalizado a quem se esforça, dedica e preocupa.Curiosamente a cultura de exigência no ensino de Nuno Crato não parece aplicar-se ao colega de governo Miguel Relvas, optou por não comentar o caso. Entende-se. Só se aplica a quem efetivamente é aluno de alguma coisa.
Este processo de licenciar alguém até pode ser legal, apesar de escandaloso. A ERC pode até ter "ilibado" de forma trapalhona o ministro no processo em que esteve envolvido com o Jornal Público. Pode inclusivamente o senhor ministro ter faltado à verdade no parlamento e continuar agarrado ao cargo quando deveria ter saído pelo próprio pé ou empurrado. Mas de uma coisa este ministro não se livra: do que a maioria dos portugueses pensa dele. E isso vale muito mais do que um 'Dr.' no cartão de crédito. Na política a imagem, a palavra e a confiança são tudo e neste momento a credibilidade do Dr. Relvas não está posta em causa, pela razão simples de que para isso acontecer era preciso que ainda tivesse alguma.



Tiago Mesquita - 100 Reféns

11 comentários:

  1. Equivalências de Relvas foram decididas por uma única pessoa.
    No processo não há qualquer documento que confirme a intervenção do Conselho Científico nas 32 equivalências. O que se vê é que uma mesma pessoa assinou o parecer e o despacho das equivalências.
    Jornal Público

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  2. Fernando Santos Neves, que atribuiu 160 créditos em 180 a Miguel Relvas no Curso de Ciência Política e Relações Internacionais, demitiu-se do cargo de Reitor da Universidade Lusófona do Porto.

    Este, pelo menos, teve vergonha na cara!!!

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  3. O ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, e o presidente da Universidade Lusófona, Manuel Damásio, são "irmãos" no Grande Oriente Lusitano, a maior e mais antiga obediência da Maçonaria em Portugal.

    Enquanto Miguel Relvas pertence à loja Universalis, uma das mais poderosas em Portugal, confirmou a revista "Sábado", Manuel Damásio faz parte de uma outra loja onde se reúnem vários quadros e professores da Lusófona.

    Miguel Relvas disse que nunca se encontrou com Manuel Damásio em qualquer evento maçónico.

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  4. A revista "Sábado", indica que o administrador do Grupo Lusófona, Manuel Damásio, tem ligações ao grupo maçónico a que Relvas percente (Grande Oriente Lusitano). A mesma revista indica, igualmente, que Relvas nomeou o filho de Manuel Damásio, Manuel José Damásio, para o grupo de trabalho que avaliou o serviço público da RTP.

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  5. O ministro-adjunto garante que norteia a vida "pela simplicidade da procura de conhecimento permanente". Respondeu que estava de "consciência tranquila" em relação à licenciatura que tirou na Universidade Lusófona. Mas abandonou a conversa com os jornalistas quando questionado se tinha condições para se manter no cargo.

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  6. O conselheiro de Estado Bagão Félix disse hoje que o ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, "devia demitir-se para facilitar a vida o primeiro-ministro", Pedro Passos Coelho.
    Eu sou de opinião contrária. Ele devia de continuar lá para que o governo apodrecesse todo.

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  7. Dez alunos da turma que a Lusófona diz ter sido a de Miguel Relvas - 1P1 - assumiram ao Expresso que "nunca viram" aquele estudante nem nos testes nem nas aulas da cadeira. E que Santos Neves nunca foi professor da turma. A Universidade assume "não poder responder" se o então reitor teve apenas Miguel Relvas como aluno. Situação que configuraria um tratamento de exceção.

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  8. Miguel Relvas foi examinado pelo então reitor da Universidade Lusófona, Santos Neves, que lhe deu, aliás, a melhor nota do seu currículo académico - 18 valores. O professor atribuído àquela turma e disciplina - Introdução ao Pensamento Contemporâneo - era, no entanto, Fernando Pereira Marques que voltou a confirmar ao Expresso não ter tido o ministro-adjunto como aluno, nem o ter alguma vez avaliado.

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  9. Miguel Relvas "pode até estar e continuar no Governo, mas já não é do Governo", afirma ao PÚBLICO o conselheiro de Estado António Bagão Félix, que foi ministro das Finanças do Governo PSD-CDS liderado por Pedro Santana Lopes. Bagão Félix explica que "a governação não se faz em círculo fechado, é para as pessoas que se governa", e sustenta que a situação de Miguel Relvas "contamina todo a acção governativa".

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  10. Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje, no "Jornal das 8" da TVI, que o relatório sobre as equivalências de Miguel Relvas na Lusófona é "frágil" porque tem uma "fundamentação cientificamente muito fraca".

    Para o comentador político, o Governo tem um problema que é um "buraco" no ministro da Presidência que deve ser logo ocupado.

    "Objetivamente isto é desgastante. Obviamente que eu acho ridículo estar a dizer que esta é uma razão específica e que só por causa dela se deve fazer uma remodelação no Governo", disse Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhando, no entanto, que esta situação e outras anteriores são um desgaste para o Governo e afetam a sua credibilidade.

    Eu...reitero a ideia que Relvas devia ficar no governo. Apodrecia ele e TODO o governo. Que pena se ele sair!!!

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  11. "Os anteriores, que foram tão atacados, eram uns anjos ao pé destes diabinhos negros que acabam de aparecer."

    D. Januário Torgal Ferreira. O bispo das Forças Armadas diz que este governo "é profundamente corrupto" e que não acredita em alguns "destes tipos, porque são equívocos, porque lutam pelos seus interesses, porque têm o seu gangue, porque têm o seu clube, porque pressionam a comunicação social." TSF, 17/07/2012

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